09 novembro, 2009

Podia ter sido tão diferente…

Se hoje fosse o teu ultimo dia.
Lamento, mas não lamentava.
Não iria chorar nem pegar na tua mão.
Iria sim começar de novo, ganhar o sorriso que sinto roubado de cada vez que entro pela mesma porta que tu, iria custar não ter o que me dás, mas no entanto renuncio ao que nunca me deste.
Deste-me a mão? Não. Não a quero agora.
As tuas costas sei-as de cor.
Um dia eu vou ter pena, daquilo que nunca tive e merecia ter.
E tu, tu não vais ter nada que me ligue a ti. Vais arrepender-te do caminho que traçaste e que me obrigaste também a percorrer.
Não te odeio, porque isso ainda vale alguma coisa.
Destroca as palavras que foste ouvindo e tem consciência do que nunca ganhaste, e que a todos os dias mereces ainda menos ter.
Partilhamos o nome, foi apenas isso que me deixaste.
Não te ódio, mas odiava menos se me deixasses ser eu e começar de novo.


[A Eliana Oliveira, sobre um outro Oliveira]
Apenas um nome e um sentimento em comum.
[08.11.2009]