05 janeiro, 2011

E se escrevesse a vida que quero viver?!

Seria mais fácil, ou iria ser demasiado previsivel, demasiado segura?

Gostava de moldar certos aspectos. Em mim, e sobretudo em ti.

Se escrevesse a vida que quero viver, passaria menos tempo em casa, passaria mais dias com menos dinheiro na carteira, passaria por este e aquele sitio de Portugal.

Gostaria de voltar ao Algarve, agora de Inverno, agora sozinha; gostaria de visitar sitios e fumar o meu cigarro proibido enquanto, de olhos fechados, vivo um ou outro momento de anos atrás.

Se escrevesse a vida que quero viver, nao a estaria concerteza a escrever; estaria aqui e ali, até onde o gasóleo me levasse.

Às vezes é bom ter um sitio onde baixar a guarda, alguem que nos conheça mesmo sem o blush na cara, alguem que nos sorria ao acordar despenteado, despido de beleza e vestido com a maior pureza.

Estás tu por perto? Ainda me restam muitos litros de gasóleo no carro que sempre precisa de um banho.

Digo que vou a Lisboa, por esta ou aquela razao, hoje ia para qualquer lado. Não me apetece aqui estar.

Farta de uma aparencia que a muitos cativa, à qual demasiados dão demasiada importancia - um dia escrevi. Se escrevesse a vida que quero viver, eliminava certamente esses tipos de pensares e esses tipos de pensantes. É certo que palavras como pensares e pensantes, darão um certo erro nas cabeças e em correcções automáticas, no entanto, dispenso pensares e pensantes que assim o pensam.

O pensamento pode ir tão mais longe quanto ainda nao se pensou. Tento eu pensá-lo, tento eu ir sempre além do que quero, faço contas ao mês que ainda mal começou.

Contas? Contas ao pouco, e cada vez mais importante, que vou ganhando e gastando; quero tanto abrir as asas que tenho tao, mas tao presas, quero tanto o sonho feito realidade. Quero tanto o meu canto, num T0; uma cama, uma torradeira, uma tv, o meu notebook, luz, velas, comida pra mim e para a gata que dorme à minha direita.

Não me imagino a viver de outra maneira, e se eu escrevesse a vida que quero viver, vivia a mais simples vida, a mais verdadeira, a mais cheia e completa de todas.

Aparência? Hei-de tê-la sempre, hei-de sempre lutar para que me vejam para além desta. Sei que os meus dias irão, em breve, ser assim cheios e completos. Para isso, sou eu que tenho que pôr pontos finais nesses pensares e em certos pensantes. Se é dficil? Acabar o que sempre se quis? Sim, muito. Mas está para breve, este meu abrir de asas, este meu olhar em redor.

Mais uma vez, se eu escrevesse a vida que quero viver, hoje teria as asas bem abertas. Nao quereria (nem quero) estar com quem me leva pela mão. Uma vez disseram-me - tu precisas de estimulo, que te levem a crescer, que te mostrem o mundo.

Há muito dele que deixei de ver, ha muito tempo que não caminho pelo meu proprio pé.

Está para breve.

Hoje nao escrevo uma historia no passado, nao descrevi uma historia que eu propria gostava de viver.

Hoje ponho a alma nas palavras aqui meias impensadas.

Na alma está um desejo imcompreendido de abrir as asas e fugir, abrir as asas e aprender a voar sozinha. Cair? Ja caí, quero cair muito mais, quero viver hoje o que ontem me impediram.

Nao sei junto de quem vou voar, mas sei que vou voar e ter muita companhia pelo caminho.

Voando a dormir.

Amanheceu e abri as asas.

Até logo.



Eliana Oliveira.

[Quando se está sozinha, tendo companhia] [Noites na Marina]

6 de Janeiro de 2011

3 comentários:

  1. Já alguém o disse: "Asas servem p'ra voar"
    Poderemos sp escrever todas as vidas que quisessemos... somos viajantes do destino e temos o dom de sonhar. Não o percas, nem deixes de Voar!

    ResponderEliminar
  2. Para la te termos o mesmo apelido, deixa-me dizer que este texto está sublime. **

    ResponderEliminar
  3. as vezes basta um sorriso paa enfrentar-mos a vida que queremos viver, acredita :)

    ResponderEliminar